Percepção dos professores de ensino médio de várias disciplinas sobre suas aulas de leitura

Abstract

Resumo: A presente dissertação de mestrado tem como objetivo identificar as marcas lingüísticas que evidenciam, nas respostas dadas por professores de diversas disciplinas do Ensino Médio, como eles concebem sua prática numa aula de leitura. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, tendo como instrumento um questionário, em que se pergunta a dezesseis professores sobre essas práticas de leitura trabalhadas em sala de aula. Os sujeitos da pesquisa responderam ao questionário no Horário de Trabalho Pedagógico (HTPC) e sabiam que estavam fornecendo dados para uma dissertação de mestrado. A análise sugere que as posições assumidas pelos sujeitos nos questionários são posições, de modo geral, assertivas, com o uso de verbos, substantivos e advérbios de noção totalizante. Também há dados que evidenciam que, mesmo sabendo o destino dos questionários, os professores dialogam não com a pesquisadora, mas sim com o poder hegemônico que os avalia indiretamente por questionários e provas oficiais (como Saresp). Isso evidencia a posição dos professores no enunciado e também dá pistas de quais imagens eles têm para si e para seu interlocutor. Outro ponto obtido na análise refere-se ao modo como as aulas de leitura são conduzidas pelos professores. Os dados evidenciam que alguns professores não explicam sua prática e entre os que explicam, há os que a fazem de modo tradicional e os que a explicam, a conduzem de modo adequado com as teorias de leitura de base cognitiva (conforme Kleiman (1997) e Sole (1998)). É interessante observar que em várias respostas há o mesmo fato: os professores sentem-se distantes dos alunos, os quais são entendidos por eles como desinteressados das práticas escolares e das de leitura. Por fim, chegamos à conclusão de que entre esses professores há práticas de letramento pertinentes para se chegar ao conhecimento e usá-lo na sociedade.

Abstract: This dissertation has the objective to identify the linguistic marks which indicate, in the answers given by tearchers of several subjects in High School, how practices in reading classes are conceived. In order to collect data, a qualitative research was performed, having as an instrument a questionnaire in which 16 teachers were questioned about their practices in reading skills done in the classroom. The subjects of this research answered the questions during Collective Pedagogical Working Time being previously aware that they were providing data for this research. The analyses suggest that the positions assumed by the subjects in the questionnaires are in a general perception, assertive using verbs, nouns and adverbs in a totalizing notion. Also, there are data demonstrating, even teachers knowing whom they were addressing with the questionnaire, they did not dialogue with the researcher, but the hegemonic power in which they are indirectly evaluated though questionnaires and official tests (e.g SARESP). As a result, this demonstrates the position of the teacher in the announcement of the questions and also provides hints of which images they have for themselves and for their interlocutor. Another observation resulted from the analysis is related to how the reading classes are conducted. The data showed t hat some of the teachers do not explain their strategy and practice; among those who explain there are those who perform it on a traditional basis and the teachers who explain them, conduct them properly using the cognitive basis reading theories according to Kleiman (1997) and Solé (1998). It is interesting to notice that in several answers, one factor lies underneath: the teachers feel distant from the students, which in turn, are looked upon as uninterested in school practices and mainly in reading classes. To finalize we conclude that the teachers do have literacy practices in order to reach the knowledge and use it in society.