O desenvolvimento da autonomia em alunos dos anos finais do ensino fundamental : implicações da pandemia na Escola

Abstract

Resumo: A temática discute a promoção e construção da autonomia discente no contexto escolar tendo em vista a perspectiva psicogenética de Wallon e a importância da escola no seu desenvolvimento. Buscou-se o enfoque das práticas pedagógicas vivenciadas no período de isolamento ocasionado pela Pandemia, bem como, o momento de retorno ao presencial. A pesquisa insere-se na área de concentração da formação docente para a Educação Básica, tendo como linha de pesquisa a formação docente e o desenvolvimento profissional. Teve-se como objetivo analisar como a autonomia foi trabalhada pela escola durante o período da Pandemia e no retorno as aulas presenciais. Optou-se por uma pesquisa de abordagem qualitativa realizada em uma unidade escolar da rede pública municipal de ensino de um município do Vale do Paraíba paulista. Para atingir ao objetivo proposto, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com o diretor e com o coordenador pedagógico institucionais, e também, foram realizados dois grupos de discussão um com cinco professores dos anos finais do ensino fundamental e outro grupo com nove alunos do 9º ano. Os dados obtidos foram analisados na perspectiva da análise de conteúdo proposta por Bardin (2016). A análise realizada propôs a discussão acerca das implicações da pandemia na escola, especialmente na prática pedagógica do professor. Os resultados apontam que o período de isolamento escancarou a desigualdade entre escolas públicas e particulares, questão comumente naturalizada pelos docentes. Além disso, a concepção de autonomia mostrou-se desconectada do conhecimento, e portanto, esta habilidade não está inclusa nas práticas pedagógicas de maneira intencional. Por outro lado, os resultados também salientam as necessidades dos discentes que sinalizam que práticas pedagógicas motivadoras e promotoras de autonomia são aquelas que os permitem experienciar para além da teoria. Assim, ao se sentirem mais protagonistas de seus aprendizados, vivenciando uma relação professor-aluno de construção colaborativa e afetiva, os adolescentes se veem mais responsáveis, mais autônomos e aprendem melhor. Por fim, elaborou-se um material didático teórico-prático com casos de ensino derivados da presente pesquisa, com sugestões de discussões para a formação inicial e/ou continuada dos professores e para a escola.

Abstract: The theme discusses the promotion and construction of student autonomy in the school context in view of Wallon's psychogenetic perspective and the importance of the school in its development. We sought to focus on the pedagogical practices experienced in the period of isolation caused by the Pandemic, as well as the moment of returning to the classroom. The research is part of the area of concentration of teacher training for Basic Education, having teacher training and professional development as a line of research. The objective was to analyze how autonomy was worked on by the school during the Pandemic period and when returning to face-to-face classes. We opted for a research with a qualitative approach carried out in a school unit of the municipal public education network in a municipality in the Vale do Paraíba region of São Paulo. In order to reach the proposed objective, semi-structured interviews were carried out with the director and the institutional pedagogical coordinator, and also, two discussion groups were carried out, one with five teachers from the final years of elementary school and another group with nine students from the 9th grade . The data obtained were analyzed from the perspective of content analysis proposed by Bardin (2016). The analysis carried out proposed a discussion about the implications of the pandemic at school, especially in the teacher's pedagogical practice. The results indicate that the period of isolation opened up the inequality between public and private schools, an issue commonly naturalized by teachers. In addition, the concept of autonomy proved to be disconnected from knowledge, and therefore, this skill is not intentionally included in pedagogical practices. On the other hand, the results also highlight the students' needs, which indicate that motivating pedagogical practices that promote autonomy are those that allow them to experience beyond theory. Thus, when they feel more protagonists of their learning, experiencing a collaborative and affective teacher-student relationship, adolescents see themselves as more responsible, more autonomous and learn better. Finally, a theoretical-practical didactic material was elaborated with teaching cases derived from the present research, with suggestions for discussions for the initial and/or continued formation of teachers and for the school.