Relação entre aleitamento materno e obesidade infantil

Abstract

Resumo: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de crianças e adolescentes obesos cresceu de 11 milhões em 1975 para 124 milhões em 2016. A obesidade associa-se a inúmeras alterações que trazem malefícios ao indivíduo, como por exemplo, diminuição da autoestima, isolamento social, pouca interação escolar, alterações hemodinâmicas, desordens ortopédicas e respiratórias. Neste contexto, destaca-se a importância do aleitamento materno exclusivo, diretamente ligado à continuidade da nutrição intrauterina, participando da formação funcional de órgãos, fortalecendo o sistema imunológico, contribuindo para a maturação do sistema nervoso e, por fim, podendo ser um importante aliado na prevenção da obesidade infantil. O objetivo do presente estudo foi investigar a relação entre a obesidade infantil e o aleitamento materno exclusivo em crianças frequentadoras de uma creche pública do município de Taubaté/SP. Uma amostra de conveniência incluiu 20 crianças de 3 a 4 anos de idade, com média de idade de 3 anos e 4 meses, sem distinção de gênero, sendo 55% do sexo masculino e 45% do sexo feminino. Para investigar a prática de aleitamento materno, as mães dos participantes responderam a um formulário de entrevista semiaberto elaborado pelas pesquisadoras. Posteriormente foi feita uma avaliação antropométrica para mensuração de peso e altura de cada participante a fim de determinar a curva de crescimento peso x idade, altura x idade e índice de massa corporal (IMC) x idade. Os dados foram analisados de acordo com as curvas de crescimento da OMS com o auxílio do programa Anthro e foram expostos em tabelas e gráficos. Foi determinado o percentual de participantes que receberam o aleitamento materno exclusivo e daqueles que não o receberam, bem como o percentual de participantes com sobrepeso/obesidade e sua relação com a prática do aleitamento. Os resultados revelaram que 40% dos participantes receberam aleitamento materno exclusivo durante o período recomendado pela OMS e 60% não o receberam. Os principais motivos para tal foram o retorno da mãe ao trabalho e relatos de não possuir leite. Dentre os participantes avaliados 60% apresentaram sobrepeso e obesidade e, dentre esses, 75% não receberam aleitamento materno exclusivo até os seis meses. Conclui-se que o período de aleitamento materno exclusivo apresentou, para a amostra em questão, relação com a prevalência de sobrepeso e obesidade na primeira infância.

Abstract: According to the World Health Organization (WHO), the number of obese children and adolescents increased from 11 million in 1975 to 124 million in 2016. Obesity is associated with changes that bring harm to the individual, such as a decrease in self-esteem, social isolation, little school interaction, hemodynamic changes, orthopedic and respiratory disorders. In this context, the importance of exclusive breastfeeding is highlighted once it is directly linked to the continuity of intrauterine nutrition, participating in the functional formation of organs, strengthening the immune system, contributing to the maturation of the nervous system and, finally, being an important ally in prevention of childhood obesity. The aim of the present study was to investigate the relationship between childhood obesity and exclusive breastfeeding in children attending a public daycare center in the city of Taubaté / SP. A convenience sample included 20 children aged 3 to 4 years, with na average age of 3 years and 4 months regardless of gender, 55% male and 45% female. To investigate the practice of exclusive breastfeeding, as mothers of the participants, they answered a semi-open interview form prepared by the researchers. Subsequently, an anthropometric assessment was performed to measure the weight and height of each participant in order to determine the growth curve weight x age, height x age and body mass index (BMI) x age. The data were obtained according to the WHO growth curves with the aid of the Antros program and were exposed in tables and graphs. The percentage of participants who received exclusive breastfeeding and those who did not received was determined, as well as the percentage of participants with overweight / obesity and their relationship with the practice of breastfeeding. The results revealed that 40% of the participants received exclusive breastfeeding during the period recommended by WHO and 60% did not receive it. The main reasons for this were the mother's return to work and reports of not having milk. Among the selected participants, 60% were overweight and obese and, among these, 75% did not receive exclusive breastfeeding until the age of six months. It is concluded that the period of exclusive breastfeeding presented, for the sample in question, correlates with the prevalence of overweight and obesity in early childhood.