Preconceitos vividos pela mulher dependente química

Abstract

Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo compreender como se dá o preconceito com a mulher dependente química envolvida com drogas. A relevância acadêmica desta pesquisa para o Serviço Social está tanto em estudar a questão da mulher implicado ao uso de drogas e a dependência química, como ampliar o conhecimento sobre os preconceitos sofridos por ela e a reprodução do machismo e conservadorismo nesta questão. Para os profissionais da área, a relevância dessa pesquisa está no âmbito do aprimoramento sobre o tema, onde traz como diferente o recorte de gênero feminino e as implicações da questão social nesse processo de dependência de drogas ilícitas. Em relação à sociedade a relevância deste estudo é permitir aos leitores criticarem e analisarem os fatores sociais que levaram a mulher dependente química ser vítima de um processo de criminalização social, partindo da desconstrução de pensamentos positivistas onde se evidencia a culpabilização do indivíduo. Para a realização dessa pesquisa foi utilizado à abordagem qualitativa e na coleta de dados, a entrevista semiestruturada. A população alvo foi constituída por três mulheres em processo de tratamento da dependência química na instituição Fazenda da Esperança Mãe Esperança no município de Guaratinguetá. A análise dos dados teve como base os seguintes objetivos específicos: compreender o que levou a mulher dependente química a se envolver com drogas, conhecer como é o convívio nas relações familiares e sociais da mulher que se envolve com drogas e conhecer os impactos do envolvimento com a droga na vida da mulher dependente química. As categorias da pesquisa que nortearam este estudo foram: Dependência Química, Mulher e Preconceito. Foram abordados, nesta investigação, o preconceito vivido pela mulher dependente química explorando um tema de relevância social atual, trazendo reflexões sobre os impactos sofridos pela mulher dependente química e aprofundando a temática da criminalidade e uso de drogas. Como resultado da pesquisa observou-se que a relação da mulher com o uso drogas se deu, primeiramente, pela fragilidade dos vínculos familiares. Em seguida, é possível apontar, que o uso de drogas também se dá como forma de suprir uma necessidade emocional existente, como mais notado, a rejeição familiar e/ou social, o que faz com que as pessoas substituam essa dor pelo envolvimento com a droga. Os impactos causados na vida dessa mulher foram: submissões machistas, perda de emprego, perda de confiança familiar e social, entre outras. Conclui-se que, o preconceito com a mulher dependente química se dá por julgamentos de uma sociedade positivista e machista que exige da mulher regras e padrões culturais conservadores, o que vem a ser, para o Serviço Social, uma luta constante de ruptura com esses processos históricos que causam os diversos preconceitos.

Abstract: Não possui.