Avaliação da personalidade, do autoconceito e das habilidades sociais em escolares

Abstract

Resumo: O presente trabalho possui como objetivo avaliar características da personalidade, do autoconceito e das habilidades sociais em um grupo de escolares. Entende-se a personalidade como àquela parte do sujeito que é mais representativa da pessoa; o autoconceito trata de um acúmulo de informações sobre a própria pessoa e a habilidade social que pode ser entendida como um comportamento interpessoal que implica a honesta e relativamente direta expressão de sentimentos. Nesta proposta a amostra foi composta de 90 crianças do sexo masculino e feminino com faixa etária entre oito a dez anos da cidade de Taubaté, alunos do ensino regular público, sendo 30 crianças com idade de 8 anos, 30 crianças com 9 anos de idade e 30 crianças com dez anos, divididas igualmente quanto o sexo. Todas as crianças foram submetidas à aplicação de três instrumentos de avaliação psicológica: Escala de Traços de Personalidade para Crianças (ETPC), Escala de Autoconceito Infanto-Juvenil (EAC-IJ) e Sistema Multimídia de Habilidades Sociais de Crianças (SMHSC). Em relação aos estudos observou-se em relação à análise comparativa entre as idades, que a extroversão (p=0.032) obteve maior frequência à medida que a idade das crianças aumenta, quanto ao neuroticismo (p>0.001) percebeu-se que as crianças com 9 anos tendem a ser mais ansiosas e com sentimentos de culpa e quando se observa a sociabilidade (p=0.028) notou-se que crianças mais novas indicam maior frequência nesta escala, demonstrando que crianças menores tendem a ser mais adequadas e ajustadas às regras sociais. Ainda em relação à comparação entre idades, percebeu-se, ao avaliar o autoconceito pessoal (p=0.016), que crianças com 8 e 10 anos possuem maior frequência nos valores medianos e no que se refere ao autoconceito familiar (p=0.005), exibiu-se que as crianças mais velhas tendem a ser mais cuidadosos em casa, dizer a verdade para os pais e executar tarefas domésticas. Quando se interpreta a análise comparativa em relação ao sexo, observou-se no psicoticismo (p=0.007) que as meninas possuem maior frequência de classificação de valores rebaixados e que o neuroticismo (p>0.001), percebe-se uma maior frequência de valores elevados no sexo feminino, explicitando que as meninas tendem a ser mais ansiosas. Na análise comparativa entre as variáveis avaliadas observou-se correlação entre as escalas de psicoticismo e sociabilidade (p<0.001), indicando que crianças mais socializadas tendem a ser mais sensíveis e preocupadas com o outro; entre sociabilidade 5 e autoconceito familiar (p<0.001), demonstrando a tendência de crianças mais adequadas aos padrões sociais apresentarem mais sentimentos significativos com a família e ser mais cuidadosa com as tarefas do lar. Concluiu-se que os resultados apresentados foram relevantes e satisfatórios, porém é necessário mais estudos para que seja possível generalização desses dados.

Abstract: This work aims at evaluating traits of personality, self-conceptions and social abilities in school groups. By personality, I understand that portion of the individual which is more representative of the person; self-conception refers to a stock of information about oneself; and social ability can be understood as an interpersonal behavior that expresses an honest and relatively direct expression of feelings. This study is based on a sample of 90 children from the town of Taubaté (Brazil), who study in public schools: 30 8 year-old children, 30 9 year-old children and 30 10 year-old children, equally divided by sex. All the children were tested according to three instruments of psychological evaluation: Escala de Traços de Personalidade para Crianças (ETPC), Escala de Autoconceito Infanto-Juvenil (EAC-IJ) and Sistema Multimídia de Habilidades Sociais de Crianças (SMHSC). Comparative analysis of ages showed that extraversion (p = 0.032) achieved higher frequency in the extent to which the children's age increases. In regards to neuroticism (p>0.001), the data shows that 9 year-old children tend to be more anxious and to present the feeling of guilty. In relation to sociability (p=0.028), younger children had higher scores in this scale, suggesting that younger children tend to be more adjusted to social rules. Still in regards to the comparison of ages, the evaluation of personal self-conception (p=0.016) showed that 8 year-old and 10 year-old children present higher frequencies in median values. In what concerns family self-conception (p=0.005), older children tend to be more careful at home, to tell the truth to their parents and to do the household chores. Comparative analysis of sex showed, in relation to psychoticism (p=0.007), that girls present higher frequencies of downgraded values' rating. In regards to neuroticism (p>0.001), the data showed a higher frequency of high values for girls, suggesting that girls tend to be more anxious. Comparative analysis of the variables assessed pointed out to correlations between the scales of psychoticism and sociability (p<0.001), showing that children more deeply socialized tend to be more sensitive and worried with others. The correlation between sociality and family self-conception (p<0.001) evinces the tendency of children adjusted to social rules to present more significant feelings toward the family and to be more careful with household 7 chores. The results were relevant and satisfying, but more studies are needed for generalization.