O sentido da existência na sociedade do cansaço

Abstract

Resumo: O presente trabalho investiga como a exploração humana realizada pelos ideais do sistema capitalista deste século se insere no percurso existencial entre o ser e o sentido. A crise do cansaço da sociedade contemporânea apresenta uma estreita ligação com a problemática da síndrome do vazio existencial que acomete o sujeito dessa sociedade de desempenho. Esta investigação, de caráter teórico, tem como base os principais pressupostos do psiquiatra austríaco, neurologista e professor da Universidade de Viena, Viktor Emil Frankl, propositor de uma psicoterapia focada no sentido de vida, a logoterapia, apresentada como uma proposta fenomenológica existencial de psicoterapia, ela foca em temas como o sentido da vida, a liberdade, responsabilidade e valores, percebendo-os como fenômenos autênticos e específicos do ser humano que resulta da sede do homem que procura configurar uma vida de significados e nas análises do filósofo e ensaísta sul-coreano, professor da Universidade de Artes de Berlim, Byung-Chul Han, sobre as estruturas da sociedade deste século. Han, a partir da psicanálise, da filosofia existencialista e de análises sociológicas, propõe um entendimento sobre como o imperativo do máximo desempenho cobrado pelo modelo de produção do sistema capitalista vigente, vincula-se a distúrbios psiquiátricos presentes nos dias de hoje. Tem-se como resultados a percepção de que a sociedade contemporânea vive uma crise de sofrimento psíquico desencadeada pelo excesso de positividade, e como considerações finais, a de que a sociedade capitalista da contemporaneidade sustenta a ilusão de que o capital, sendo a recompensa da autoexploração, que muito interessa ao capitalismo e é muito eficiente para a sociedade de desempenho, possui também a função de preencher o vazio interno do sujeito.

Abstract: The present work investigates how human exploration, carried out by capitalist ideals of this century, is inserted in the existential path between the being and the meaning. The fatigue crisis of contemporary society presents a narrow connection to the existential emptiness syndrome problem, which affects the subject of this performance society. This investigation, of theoretical nature, is based on the main assumptions of the Austrian psychiatrist, neurologist and professor at the University of Vienna, Viktor Emil Frankl, proponent of a psychotherapy focused on the meaning of life, logotherapy, presented as an existential phenomenological proposal of psychotherapy. It focuses on themes such as the meaning of life, freedom, responsibility, and values, perceiving them as authentic and specific phenomena of the human being that result from the thirst of the man who seeks to configure a life of meanings and on the society structures of this century, according to the South-Korean philosopher and essayist, Byung-Chul Han, analysis. Han, from psychoanalysis, existentialist philosophy, and sociological analyses, proposes an understanding of how the maximum performance imperative demanded by the current capitalist system production model is linked to psychiatric disorders present today. The result is the perception that contemporary society is experiencing a psychic suffering crisis triggered by positivity excess, and as final considerations, that contemporary capitalist society sustain the illusion that capital, which is the reward for self-exploration, is of great interest to capitalism and is very efficient to performance society, also has the function of filling the subject's internal void.