Interações medicamentosas na odontologia

Abstract

Resumo: Nas interações medicamentosas na odontologia, o entendimento em farmacologia é fundamental para os profissionais odontólogos, uma vez que a indicação de medicamentos é um fator importante do tratamento. Os cirurgiões-dentistas devem seguir diretrizes e regulamentos específicos ao prescrever, pois são responsáveis por sua conduta terapêutica. O trabalho objetivou realizar uma revisão de literatura para identificar as possíveis interações entre os medicamentos comumente prescritos pelos dentistas. Assim como as interações desses medicamentos com outros fatores pertinentes, tal como a idade, sexo, morbidades existentes e as drogas de constante uso pelos pacientes atendidos. Os artigos selecionados e analisados foram obtidos através das bases de dados científicas SCIELO, LILAC, MEDLIN e Periódicos CAPES. As classes de fármacos mais frequentemente prescritas na odontologia são antinflamatórios não esteroidais (AINEs), antibióticos e analgésicos. Outros como anestésicos locais (ALs), opioides e os benzodiazepínicos também são de uso na rotina clínica. Na pesquisa foram identificadas várias interações medicamentosas significativas que podem comprometer a saúde do paciente. Com os AINEs, as combinações mais frequentes que podem causar algum dano foram com o uso simultâneo entre os próprios AINEs, os diuréticos, antidiabéticos, corticoides, anti-hipertensivos, inibidores seletivos de receptação de serotonina, anticoagulantes e lítio. Nos antibióticos as conexões mais prevalentes ocorreram entre hipoglicemiantes, opioide, glicocorticoides, anti-hipertensivo, contraceptivo oral, etanol e anticoagulantes. Nos opioides foram encontradas interações quando associados a benzodiazepínico, antidepressivos e glicocorticoides. Os benzodiazepínicos administrados com outras drogas, tais quais os opioides, podem produzir efeitos colaterais. Quanto aos anestésicos locais (ALs), quando não possuem em sua composição um vasoconstritor (epinefrina ou levonordefrina), nada significativo foi indicado. Já para os ALs que possuem incluído epinefrina nas cápsulas, devem ser usados com cautela quando o paciente estiver fazendo uso betabloqueadores, anestésicos voláteis, anfetaminas e antidepressivos tricíclicos. Os ALs que contém levonordefrina devem ser evitados para os que fazem uso de antidepressivo tricíclico. Em conclusão é importante que o cirurgião-dentista esteja capacitado a realizar uma anamnese precisa, empregar o uso de fármacos de forma condizente, responsável e selecionar o mais adequado para a devida situação. Dessa forma, reduzir as reações adversas e interações medicamentosas e garantindo assim a segurança do paciente.

Abstract: In drug interactions in dentistry, understanding pharmacology is essential for dental professionals, since drug indication is an important factor in treatment. Dental surgeons must follow specific guidelines and regulations when prescribing, as they are responsible for their therapeutic conduct. The aim of this study was to conduct a literature review to identify possible interactions between medications commonly prescribed by dentists. As well as the interactions of these drugs with other relevant factors, such as age, sex, existing morbidities and the drugs constantly used by the patients treated. The selected and analyzed articles were obtained through the scientific databases SCIELO, LILAC, MEDLIN and CAPES Periodicals. The most frequently prescribed drug classes in dentistry are non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs), antibiotics and analgesics. Others such as local anesthetics (LAs), opioids and benzodiazepines are also used in clinical routine. In the research, several significant drug interactions were identified that could compromise the patient's health. With NSAIDs, the most frequent combinations that can cause some damage were the simultaneous use of NSAIDs themselves, diuretics, antidiabetics, corticosteroids, antihypertensives, selective serotonin reuptake inhibitors, anticoagulants and lithium. In antibiotics, the most prevalent connections occurred between hypoglycemic agents, opioids, glucocorticoids, antihypertensives, oral contraceptives, ethanol and anticoagulants. Interactions were found with opioids when associated with benzodiazepines, antidepressants and glucocorticoids. Benzodiazepines given with other drugs, such as opioids, can produce side effects. As for local anesthetics (LAs), when they do not have a vasoconstrictor (epinephrine or levonordephrine) in their composition, nothing significant was indicated. As for LAs that include epinephrine in the capsules, they should be used with caution when the patient is using beta-blockers, volatile anesthetics, amphetamines and tricyclic antidepressants. LAs containing levonordefrin should be avoided for those using tricyclic antidepressants. In conclusion, it is important for dentists to be able to carry out an accurate anamnesis, to use drugs in a consistent and responsible manner, and to select the most appropriate drug for the given situation. In this way, reducing adverse reactions and drug interactions, thus ensuring patient safety.