Seletividade alimentar da criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Abstract

Resumo: Introdução: O padrão restrito e repetitivo de comportamentos, interesses e atividades é a principal característica de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse padrão é observado na alimentação, por exemplo, caracterizando a seletividade alimentar, o que gera dificuldade na construção de hábitos alimentares saudáveis. Grande parte dos problemas gastrointestinais presentes em crianças com autismo se relacionam a dieta seletiva. Alterações nos hábitos alimentares e distúrbios no sistema digestório, são descritos como tendo interferência direta na etiologia e sintomatologia desse quadro. Objetivos: Este trabalho busca compreender a seletividade alimentar presente nas crianças com TEA, discutir as formas de intervenções terapêuticas para melhora deste quadro, além de buscar na literatura técnicas dietéticas que visam favorecer a aceitação de alimentos nutritivos para este público e relacionar a disbiose intestinal com o agravamento dos sintomas comportamentais no TEA. Métodos: Trabalho de revisão bibliográfica, com pesquisa de estudos científicos na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SCIELO, Google Acadêmico e Medical Publications (PubMed), utilizando os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) "transtornos de alimentação na infância, seletividade alimentar, comportamento alimentar e disbiose". Resultados e discussão: Estudos mostram que sensibilidade oral aumentada, problemas de comportamento no momento das refeições e fatores ambientais, acarretam seletividade alimentar na criança com TEA. Evidencia-se que Terapia alimentar com equipe multidisciplinar e treinamento aos pais, amenizam a seletividade e colaboram para que o momento da refeição seja menos desgastante e gere menos sofrimento para a criança e aos pais/cuidadores. Coadjuvante a terapia alimentar, há evidências de que o tratamento da disbiose intestinal tem influência em melhoras nos sintomas gastrointestinais e comportamentais da criança com TEA. Conclusão: Alterações comportamentais e sensoriais fazem com que a refeição seja um momento de angústia e estresse para a criança. Assim, a atuação de profissionais como os nutricionistas, é essencial para entender os fatores envolvidos na alimentação dessas crianças, através da criação de abordagens terapêuticas que auxiliem na qualidade de vida dos pacientes e seus responsáveis.

Abstract: Introduction: The restricted and repetitive pattern of behaviors, interests and activities is the main characteristic of children with Autism Spectrum Disorder (ASD). This pattern is observed in food, for example, characterizing food selectivity, which creates difficulty in building healthy eating habits. Most of the gastrointestinal problems present in children with autism are related to selective dieting. Changes in eating habits and disorders in the digestive system are described as having direct influence on the etiology and symptoms of this condition. Objectives: This work seeks to understand the food selectivity present in children with ASD, discuss forms of therapeutic interventions to improve this condition, in addition to searching in the literature for dietary techniques that aim to favor the acceptance of nutritious foods for this population and relate intestinal dysbiosis with the worsening of behavioral symptoms in ASD. Methods: Bibliographical review work, with research of scientific studies in the electronic database VHL (Virtual Health Library), "Autism Spectrum Disorder" and "Food Selectivity" were used as DeCS (Health Science Descriptor) for the research .Results and discussion: Studies show that increased oral sensitivity, behavioral problems at mealtimes and environmental factors lead to food selectivity in children with ASD. It is clear that nutritional therapy with a multidisciplinary team and training for parents alleviates selectivity and helps make meal times less stressful and causes less suffering for the child and parents/caregivers. As an adjunct to nutritional therapy, there is evidence that the treatment of intestinal dysbiosis influences improvements in the gastrointestinal and behavioral symptoms of children with ASD. Conclusion: Behavioral and sensory changes make the meal a moment of anguish and stress for the child. Therefore, the work of professionals such as nutritionists is essential to understand the factors involved in the nutrition of these children, through the creation of therapeutic approaches that help improve the quality of life of patients and their guardians.