Quem são os professores da educação infantil? : significações de professores sobre as relações de trabalho e gênero

Abstract

Resumo: A presente pesquisa de mestrado visa, a partir de uma abordagem de natureza qualitativa, aplicada e engajada, analisar as significações de professores homens acerca do machismo estrutural presente no processo de constituição de uma educação para a infância, bem como compreender a priorização desse trabalho direcionada ao gênero feminino. Constrói-se a partir da perspectiva da Psicologia Sócio-histórica com embasamento teórico em Lev Semionovitch Vigotski e nos pressupostos metodológicos do Materialismo Histórico-dialético de Karl Marx e Friedrich Engels. Para tanto, tem fundamentalmente a contribuição das categorias historicidade, contradição, significações, mediação, materialidade, totalidade e trabalho. A pesquisa se pauta a partir da seguinte pergunta: a partir das significações dos professores homens acerca do trabalho realizado na educação infantil, de que forma compreendem os impactos do machismo estrutural nas mediações constitutivas de uma escola para a infância? Por meio de entrevistas reflexivas como instrumento de produção de dados da pesquisa e da análise a partir dos núcleos de significação, pretende-se refletir sobre as significações produzidas por professores que se identificam com o gênero masculino acerca da feminização do trabalho docente imposto pelo machismo estrutural. O tema deste estudo se insere na linha de pesquisa denominada inclusão e diversidade sociocultural que compreende a área de Formação Docente para a Educação Básica do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Educação da Universidade de Taubaté. Com isso, parte dos referenciais teóricos utilizados referem-se às discussões e análises feitas no grupo de estudos da Psicologia Sóciohistórica e no grupo de estudos sobre Pesquisa Colaborativa, ambos do Mestrado Profissional em Educação da UNITAU. Ao final da pesquisa foi possível concluir que as relações de gênero, a partir da divisão sexual do trabalho, medeiam as relações estabelecidas nas escolas para a infância, tornando desafiador o ingresso e a permanência de profissionais do gênero masculino na Educação Infantil. Portanto, espera-se que a pesquisa realizada possa contribuir para se repensar as relações de gênero dentro do âmbito escolar.

Abstract: This master's research aims, from a qualitative, applied and engaged approach, to analyze the meanings of male teachers regarding the structural machismo present in the process of establishing early childhood education, as well as understanding the prioritization of this work aimed at feminine gender. It is constructed from the perspective of Socio-historical Psychology with a theoretical basis in Lev Semionovitch Vygotski and the methodological assumptions of the Historical-dialectical Materialism of Karl Marx and Friedrich Engels. To this end, the categories historicity, contradiction, meanings, mediation, materiality, totality and work contribute. The research is based on the following question: based on the meanings of male teachers regarding the work carried out in early childhood education, how do they understand the impacts of structural machismo in the constitutive mediations of a childhood school? Through reflective interviews as an instrument for producing research data and analysis based on meaning scores, we intend to reflect on the meanings produced by teachers who identify with the male gender regarding the feminization of teaching work imposed by structural machismo . The theme of this study falls within the line of research called inclusion and sociocultural diversity that comprises the area of teacher training for basic education of the postgraduate professional master's program in education at the University of Taubaté. Therefore, part of the theoretical references used refer to the discussions and analyzes carried out in the study group on Socio-historical Psychology and in the study group on Collaborative Research, both of the Professional Master's in Education at UNITAU. It is concluded that gender relations based on the sexual division of labor mediate the relationships established in childhood schools, making it challenging for male professionals to enter and remain in Early Childhood Education. Therefore, it is hoped that the research carried out can contribute to rethinking gender relations within the school environment.