Avaliação das propriedades mecânicas e das características de superfície de resinas para restaurações provisórias quando submetidas à ciclagem de pH

Abstract

Resumo:Hipótese do estudo: O meio bucal, com as constantes alterações de pH, pode influenciar as propriedades mecânicas, e conseqüente longevidade das restaurações provisórias. Objetivos: Avaliar as propriedades mecânicas de resinas à base de polimetilmetacrilato e bisacrilato de metila quando submetidas à ciclagem de pH e analisar suas características topográficas MEV. Metodologia: Foram confeccionados corpos-de-prova para as resinas de polimetilmetacrilato (Duralay e Alike) e para as resinas a base de bisacrilato de metila (Structur 2 SC e Luxatemp) sendo vinte corpos-de-prova de cada resina nas dimensões 25mmx2mmx2mm para o ensaio de flexão de três pontos, e dez nas dimensões 6mm de diâmetro x 3mm de espessura para a determinação da microdureza. Os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de resistência à flexão em máquina de ensaio universal (0,75mm/min) e microdureza Knoop antes (Ti) e após a ciclagem de pH (Tf). A ciclagem de pH a 37°C foi realizada durante dez dias, sendo que os corpos-de-prova permaneceram imersos em solução remineralizante durante dezessete horas e sete horas em solução desmineralizante. Os resultados obtidos foram estatisticamente analisados. Corpos-de-prova adicionais foram confeccionados para observação emMEV. Resultados: No teste de resistência à flexão as resinas de bisacrilato de metila (Luxatemp e Structur 2) não apresentaram diferenças entre si (p>0,05,) mas apresentaram resistência à flexão significantemente maior que as resinas polimetilmetacrilato (Duralay e Alike) (p<0,05). Houve significante diminuição da resistência à flexão das resinas a base de polimetilmetacrilato (Duralay e Alike) após a ciclagem de pH (p<0,05), enquanto a ciclagem de pH não influenciou na resistência à flexão das resinas a base de bisacrilato. Os valores de microdureza das resinas de bisacrilato de metila (Luxatemp e Structur 2) foram superiores aos resultados das resinas a base de polimetilmetacrilato (Alike e Duralay). Após a ciclagem de pH (Tf) todas as resinas apresentaram resultados semelhantes (p>0,05). Conclusões: A ciclagem de pH teve influência nas resinas de polimetilmetacrilato em relação a resistência a flexão, mas não as de bisacrilato de metila. As resinas de bisacrilato de metila obtiveram resultados superiores de resistência a flexão quando comparadas as resinas de polimetilmetacrilato. Em relação a microdureza superficial, a ciclagem de pH só influenciou nas resinas de bisacrilato de metila, e todas as resinas obtiveram resultados semelhantes após a ciclagem de pH. Porém antes da ciclagem as resinas de bisacrilato de metila foram superiores em microdureza quando comparadas com as resinas de polimetilmetacrilato.

Abstract: Hypothesis of the study: The oral environment, with the constant pH changes, can influence the mechanical properties and consequently, the longevity of provisional restorations. Aim: To evaluate the microhardness and flexural strength of polymethylmethacrylate resins and bis-acrylic resins when subjected to the pH cycling (cycle of demineralization and remineralization) and examine the topographic features of the resins in SEM. Methodology: Specimens were fabricated with polymethylmethacrylate resins (Duraly and Alike) and with bis-acrylic resins (Structur 2 SC and Luxatemp). Twenty- specimens of each resin in dimensions 25mmx2mmx2mm for the three-point bend test, and ten in dimensions 6mm diameter x 3mm thickness to determine the microhardness. The specimens were tested on the three-point bending in universal testing machine (0.75mm/min) and Knoop microhardness before and after the pH cycling. The cycling of pH at 37°C was held for ten days, and the specimens remained immersed in remineralizing solution for seventeen hours and seven hours in demineralizing solution. The results were statistically analyzed. Additional specimens were prepared for observation by scanning electron microscopy. Results: On the test for flexural strength the bisacrylic resins (Luxatemp andStructur 2) did not show differences between them (p> 0.05,) but showed significantly greater flexural strength than polymethylmethacrylate resins (Duralay and Alike) (p <0.05). There was a significant decrease in the flexural strength of polymethylmethacrylate resins (Duralay and Alike) after cycling to pH (p <0.05), while the bis-acrylic resins, after the pH cycling, did not show influence on the flexural strength. The values of microhardness of the bis-acrylic resins (Luxatemp and Structur 2) were higher than the results of the (poly) methylmethacrylate resin (Alike and Duralay). After the pH cycling (Tf) all resins showed similar results (p> 0.05). Conclusions: The pH cycling has influence in the polymethylmethacrylate resins on the flexural strength but not on the bis-acrylic resins. And the bis-acrylic resins had higher results on the flexural strength compared with the polymethylmethacrylate resins. For surface microhardness, the only influence of pH cycling were on the bis-acrylic resins, and all resins obtained similar results after the pH cycling. But before the pH cycling the bis-acrylic resins were higher in hardness when compared with the polymethylmethacrylate resins.