Implementação do atendimento remoto em fisioterapia : percepção dos profissionais sobre barreiras e facilitadores

Abstract

Resumo: No dia 31 de dezembro de 2019, em Wuhan, na China, descobriram um novo agente Coronavírus que provoca uma doença infecciosa, denominada atualmente de COVID-19. Em razão da rápida progressão da doença, diversas centrais de atendimentos de saúde tiveram suas capacidades excedidas e para controle da situação, uma das estratégias adotadas foram as medidas de distanciamento social e o isolamento, exigindo o acesso a serviços mediados por vídeo para o fornecimento de suporte aos sistemas de saúde, tanto na prevenção quanto nas práticas clínicas. Devido à pandemia, e visando garantir a continuidade dos atendimentos fisioterapêuticos, foi criada, pelo COFFITO, a resolução número 516 que autoriza temporariamente os serviços à distância. Entretanto, reconhece-se que existem muitos desafios a serem enfrentados para que a realização desse atendimento seja totalmente efetiva. O objetivo deste trabalho foi avaliar a aceitação do uso da teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria pelo fisioterapeuta e identificar potenciais barreiras e facilitadores que possam existir para a adoção dessa ferramenta de trabalho. Para facilitar a aplicação do questionário, os três termos acima foram sintetizados no termo teleatendimento. Trata-se de um estudo analítico, descritivo e qualitativo, que foi realizado com profissionais da fisioterapia. Para isto, foram elaboradas 67 perguntas de múltipla escolha, voltadas para o fisioterapeuta com o intuito de saber a opinião deles sobre o teleatendimento realizado com os pacientes. O questionário foi feito através da plataforma Microsoft Forms e contém perguntas relativas ao participante e sua atuação profissional e as barreiras e os facilitadores para a implantação do teleatendimento. Efetivamente, 74 fisioterapeutas responderam ao questionário. A média de idade dos entrevistados foi de 32,46 anos, sendo a maioria do sexo feminino, graduados, trabalhando na área da fisioterapia em Ortopedia e em serviços privados. A maior parte dos respondentes já utilizou o teleatendimento e fez cerca de 25% dos seus atendimentos de forma remota, utilizando a forma síncrona e a plataforma do WhatsApp como forma de contato. Dentre as principais barreiras apontadas estão a dificuldade de conexão com a internet por parte dos pacientes, a falta de compreensão dos pacientes, a falta de incentivo para o uso do teleatendimento, a falta de formação profissional para essa modalidade e a dificuldade sobre os cuidados com o paciente. Dentre os principais facilitadores apontados estão: a possibilidade de prestar uma atenção clara e de fácil atendimento ao paciente, os profissionais se sentirem confortáveis para disseminar informação e comunicação para seus pacientes, o impacto positivo em relação ao uso do teleatendimento, facilidade de lidar com ferramentas de comunicação e o treinamento fornecido. Conclui-se que, tendo em vista que a maioria utilizou essa modalidade, o teleatendimento pode ser um grande aliado ao profissional da saúde, pois é considerado uma ferramenta de fácil utilização, demonstrando ter boa aceitação e confiabilidade pela maioria dos fisioterapeutas, podendo ser utilizado caso seja necessário, mesmo após a pandemia. Além disso, o teleatendimento adepto ao programa de tratamento do profissional expande a atenção à saúde do paciente para além do ambiente físico, otimizando assim os resultados.

Abstract: On December 31st of 2019 in Wuhan, China, was discovered a agent called Coronavirus which is an infectious disease commonly known as COVID-19. The fast spreading caused many health care centers to have their capacities exceeded. To control the situation, some strategies to prevent the virus spreading was adopted and some of them are keep distance, mandatory mask wear, and isolation. In consequence of, web services were implanted to provide support to health systems not only in prevention but also in clinical practices. Due to the pandemic, and to guarantee physiotherapeutic care, COFFITO created resolution 516 which temporarily authorizes online services. In the meantime, there are many challenges to be faced in order for this service to be fully effective. The objective of this work was to evaluate the acceptance of the use of teleconsultation, telemonitoring and teleconsulting by the physiotherapist and to identify potential barriers and facilitators that may exist for the adoption of this work tool. To facilitate the application of the questionnaire, the three terms above were summarized in the term call center.This is an analytical, descriptive and qualitative study, carried out with physiotherapy professionals.For this, 67 multiple-choice questions were prepared, aimed at the physiotherapist in order to know their opinion about the call center performed with the patients.The questionnaire was made through the Microsoft Forms platform and contains questions related to the participant and their professional performance and the barriers and facilitators for the implementation of the call center. To facilitate the application of the questionnaire, the three terms above have been synthesized in the term teleatendimento. This is an analytical, descriptive and qualitative study, which was conducted with physiotherapy professionals. For this, 67 multiple-choice questions were elaborated, aimed at the physiotherapist in order to know their opinion about the teleatendimento performed with the patients. The questionnaire was carried out through the Microsoft Forms platform and contains questions related to the participant and his professional performance and the barriers and facilitators for the implementation of teleatendimento. In fact, 74 physiotherapists answered the questionnaire. The average age of the interviewees was 32.46 years, the majority being female, graduated, working in the area of physiotherapy in Orthopedics and private services. Most of the respondents have used teleatendimento and made about 25% of their appointments remotely, using the synchronous form and the WhatsApp platform as a form of contact. Among the main barriers pointed out are the difficulty of connecting to the Internet by patients, the lack of understanding of patients, the lack of incentive to use teleatendimento, the lack of professional training for this modality and the difficulty about patient care. Among the main facilitators pointed out are: the possibility to give clear and easy attention to the patient, the professionals feel comfortable to disseminate information and communication to their patients, the positive impact in relation to the use of teleatendimento, ease of handling communication tools and the training provided. It is concluded that, since most have used this modality, teleatendimento can be a great ally to the health professional, because it is considered a tool of easy use, demonstrating good acceptance and reliability by most physiotherapists, and can be used if necessary, even after the pandemic. In addition, the teleatendimento adept to the program of treatment of the professional expands the attention to the health of the patient beyond the physical environment, thus optimizing the results.